segunda-feira, 6 de junho de 2011

O professor de História e as novas tecnologias

Com a revolução da prensa gráfica na Europa em aproximadamente 1450 os meios de comunicação têm contribuído com drásticas mudanças assumindo assim um papel importante no imaginário popular.


O termo imprensa deriva da prensa móvel, processo gráfico aperfeiçoado por Johannes Guttenberg no século XV e que, a partir do século XVIII, foi usado para imprimir jornais, então os únicos veículos jornalísticos existentes. De meados do século XX em diante, os jornais passaram a ser também radiodifundidos e teledifundidos (radiojornal e telejornal) e, com o advento da World Wide Web, vieram também os jornais online, ou ciberjornais, ou webjornais. O termo "imprensa", contudo, foi mantido.

A impressão tipográfica, no entanto, ainda tem o seu espaço garantido nos dias informatizados de hoje. Parece contraditório, mas no mundo inteiro cresce o número de artistas interessados em resgatar e preservar essa antiga tecnologia. Estamos de certa forma testemunhando o fim da “Era da Impressão”. O computador está ai, e não podemos ignorá-lo. Como instrumento de comunicação é certamente mais rápido eficiente e barato do que o livro. Mas quem lê, conhece o prazer de segurar um volume nas mãos. Sabe que o livro tem cheiro, sabor e textura, por isso é um companheiro insubstituível.

A Imprensa no Brasil – O primeiro jornal brasileiro surgiu mais de três séculos depois do seu descobrimento, mesmo assim a história da nossa imprensa é cheia de episódios originais e outros arbitrários. Como as sucessivas prisões de Cipriano Barata, tantas quantas foram às vezes que seu jornal saísse á rua, ou o estranho método do Diário do Rio de Janeiro, publicava somente o que a população escrevia e depositava nas caixas espalhadas pela cidade, sendo recebidas até às 16h, pois às 20h o jornal aparecia impresso.

Estamos vivendo numa era em que a mídia faz parte de nossas vidas. A cultura midiática tem a ver com uma visão de mundo especifica com valores e comportamentos, com absorção de padrões de gosto e de consumo, com internalização de imagens de felicidades e promessas de realização pessoal e profissional, produzidas e disseminadas no capitalismo cujos principais agentes são os conglomerados de comunicação e de entretenimento por meio da publicidade.

O surgimento e desenvolvimento dos meios de comunicação podem ser considerados uma das características essenciais da cultura Ocidental e uma dimensão marcante para sociedade atual. Para poder entender a influência da modernidade no meio social e no cotidiano deve-se fazer uma analise das condições criadas pelos meios de comunicação em especial na educação.“A maioria absoluta da população brasileira é desde a infância socializada pelo chamado sistema midiático-cultural apontando para a função pedagógica da mesma como grande socializadora da massa e da infância. Muito antes das crianças serem alfabetizadas pela escola ou até mesmo falar elas já são condicionadas pelas mídias em especial a TV por ser um dos meios de comunicação de maior penetração no mundo atual sendo o instrumento que por excelência atinge um publico numerosíssimo. Por meio do marketing e da publicidade influenciam a ter como “naturais” na percepção da realidade seus ícones como a coca-cola, o Mcdonalds, Disney e Xuxa. Através deste aparato gigantesco de socialização de uma sociedade que estimula o permanente e intenso consumo de bens e serviços vinculados pelos grupos empresariais tanto nacionais quanto internacionais que atuam com forte influência no cotidiano da sociedade.”

Em nossa sociedade é comum a circulação e a criação de símbolos pela mídia, que são muito importantes na vida das pessoas. Desde cedo fomos influenciados pelo jornal, rádio, cinema e televisão; mesmo antes que a educação se firmasse junto a população. “O contato cada vez maior com os meios de comunicação de massa como a televisão, o rádio, o jornal, os vídeo games, o computador e as redes de comunicação mudam de forma significativa a maneira de conceber a aprendizagem sendo que a maior parte dela ocorre fora de sala de aula. O maior contato dos alunos com os meios de comunicação tem de ser levada em conta na construção das novas formas didático-metodológicas. A importância das novas tecnologias de informação e comunicação enquanto ferramentas de apoio ao ensino e a sua incorporação em sala de aula resgatam uma perspectiva crítico-dialético sempre em construção colocando professores e alunos como sujeitos do próprio processo que torna o ato do ensino-aprendizagem mais interessante e criativo, incorporando os temas e as inovações tecnológicas com que os alunos lidam no seu dia-a-dia. É possível considerar que o imaginário midiático já se faz presente há muito tempo no cotidiano familiar dos segmentos sociais brasileiro, com maior influência nos segmentos com baixa escolaridade.”

As mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade tecnológica são muito rápidas, o que aprendemos no primeiro ano da faculdade, ao final já está ultrapassado. Temos que correr atrás das novidades para poder acompanhar essas mudanças. No estudo da História, essas mudanças sempre ocorrer, mas não de maneira tão rápida, estamos sempre atrasados em relação as tecnologias.

As novas tecnologias encabeçadas pelo computador, estão trazendo um grande temor para a sociedade pois muitas pessoas estão perdendo seus empregos pelas máquinas. Mas e nas escolas, como ela está sendo utilizada, qual seu verdadeiro papel?

Willian Spengler nos escreve na revista virtual P@rtes: “ Nesta perspectiva, o ensino da História deve estar atento para as mudanças advindas dessa nova realidade, possibilitando ao educando ser capaz de compreender, de ser crítico, de poder ler o que se passa no mundo, qualificando-o para ser, dentro deste processo, um cidadão pleno, consciente e preparado para as novas relações trabalhistas. Para que isto aconteça, a atividade de ensinar deve estar em sintonia com o nosso tempo.”

Ele continua: ““Oxigenar” a prática docente. Talvez seja esse o grande triunfo das novas tecnologias que se apresentam à educação. Entre elas, destaca-se o papel desenvolvido pela Educação à Distância. Contrariando os tradicionais modelos de transmissão do saber – que ainda insistem em se autodenominar “modernos” – os novos modelos – dos quais a Educação à Distância faz parte – tendem a ser se firmar como abordagens mais democráticas, flexíveis e dialéticas. O que ocasiona, portanto, um rompimento do monopólio do saber escolástico, acadêmico e formal, ou seja, a escola não é mais a detentora absoluta do saber, bem como o professor deixa de ser o único baluarte máximo do conhecimento humano.”

Temos que estar atentos a essas novas formas de ensinar e aprender, pois a sociedade precisa e exige uma postura mais séria dos educadores. Não somente as universidades, como as escolas em geral estão caminhando para a Educação à Distância. As escolas não exatamente como um curso à Distância, mas atividades ou partes das aulas serem trabalhadas dessa forma, onde o aluno busca de sua casa as orientações e trabalha, sem a presença do professor no momento, que será um mediador nesse momento.

O professor deve estar preparado ou estar sendo preparado para essa mudança que não temos mais como adiar. Nossos alunos exigem uma nova postura dos professores e da escola. No Ensino Fundamental e Médio, é claro que a parte presencial é muito importante e não pode desaparecer, pois os alunos estão formando sua personalidade e precisam desse convívio. Também a maioria não está ainda no mercado de trabalho e tem o tempo necessário par essa integração.

O ensino de História não pode ficar distante dessa modificação, mesmo sendo o estudo do passado, temos que levar os nossos alunos nessa viagem ao passado mas dentro desse mundo globalizado e tecnológico, tornando assim a disciplina prazerosa e desafiante. Quando o aluno se torna responsável pelo seu aprendizado, faz tudo com dedicação e entusiasmo e as tecnologias nos permitem isso.

Heródoto, considerado “O Pai da História”, nos dizia que os fatos acontecidos deveriam ser repassados as gerações futuras para que não ocorressem os mesmos erros. Ele em nenhum momento se deixou dobrar pelas dificuldades. O nosso grego, percebeu que os fatos eram repassados oralmente e cada pessoa fazia a sua versão dos mesmos. Ao se dar conta disso, toma algumas precauções: em vez do definitivo "aconteceu assim", prefere o mais cuidadoso "como me foi dito". A ressalva faz toda diferença. "Num sentido ideal, jamais lidaremos com uma história real - ela é sempre recontada, fantasiada, forjada e criada". É bem possível que essa verdade seja a maior descoberta de Heródoto.

O professor de História deve desde cedo ser um Heródoto e levar seus alunos a criarem também a sua versão para os fatos, claro que respeitando a essência dos acontecimentos. O estudo da história é maravilhoso e em termos de tecnologias somos privilegiados frente às outras disciplinas. Quem nunca assistiu um filme retratando um período histórico. O cinema trabalha muito sobre assuntos ou fases da História, é só saber utilizar bem esse filme que o conteúdo será entendido e não decorado.

Cada aluno poderá perceber como esse cotidiano é um espaço de múltiplos projetos, lutas e disputas entre os homens. Estaremos, portanto, falando de um ensino não mais ligado aos grandes acontecimentos, nomes, datas e heróis, mas sim de um ensino onde seja considerado o homem no seu dia a dia, criando, dessa forma, condições para o educando se situar na história como um agente construtor do processo histórico.

Ivania.